
Osteonecrose
A osteonecrose (ON) da cabeça femoral, também conhecida como necrose avascular, é uma condição caracterizada pela interrupção do suprimento sanguíneo para o osso, levando à morte celular e, eventualmente, ao colapso estrutural. É uma causa significativa de dor e incapacidade funcional, frequentemente afetando adultos jovens e exigindo um diagnóstico precoce e manejo adequado para evitar a progressão para artrose severa.
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Diagnóstico Diferencial
O diagnóstico diferencial da osteonecrose da cabeça femoral inclui condições como:
1. Osteoartrite do quadril – Degeneração articular progressiva, mais comum em idosos.
2. Fraturas ocultas do colo femoral – Podem simular osteonecrose em estágios iniciais.
3. Tumores ósseos (primários ou metastáticos) – Lesões líticas ou mistas podem mimetizar osteonecrose em exames de imagem.
4. Doença de Legg-Calvé-Perthes – Osteonecrose infantil, com apresentação clínica semelhante em crianças, sendo este, manejado pelo Ortopedista Pediatrico
5. Sinovite transitória ou artrite séptica – Causas inflamatórias ou infecciosas de dor no quadril.
A ressonância magnética (RM) é o exame padrão-ouro para confirmação diagnóstica, permitindo a detecção precoce mesmo antes das alterações radiográficas.
Apesar de a osteonecrose ser tipicamente não neoplásica, sua apresentação pode ser confundida com lesões tumorais, especialmente em casos atípicos ou quando há envolvimento de outras áreas ósseas. O ortopedista oncológico tem um papel crucial em:
- Avaliação de lesões ósseas suspeitas, diferenciando osteonecrose de metástases ou tumores primários (como condrossarcoma ou mieloma múltiplo).
- Biópsia guiada, quando necessário, para excluir malignidade.
Tratamento: Descompressão e Artroplastia
O manejo depende do estágio da doença
1. Descompressão do núcleo (core decompression) – Indicada em estágios precoces (sem colapso), visa reduzir a pressão intraóssea e estimular a revascularização. Pode ser associada a enxertos ósseos ou terapias biológicas
2. Artroplastia total do quadril (ATQ)(Prótese de Quadril) – Opção definitiva em estágios avançados (colapso articular e artrose secundária), proporcionando alívio da dor e restauração funcional.
Conclusão
A osteonecrose da cabeça femoral exige abordagem multidisciplinar, com atenção ao diagnóstico diferencial e intervenção precoce. A atuação do ortopedista oncológico é valiosa em casos complexos, assegurando a exclusão de doenças malignas e auxiliando no manejo cirúrgico. Enquanto a descompressão pode preservar a articulação em fases iniciais, a artroplastia do quadril permanece como tratamento de escolha nos casos irreversíveis, devolvendo qualidade de vida aos pacientes.