
Osteocondroma/Exostose óssea
O osteoma osteoide é um tumor ósseo benigno que representa aproximadamente 10% de todos os tumores ósseos benignos. É mais comum em indivíduos jovens, com pico de incidência entre a segunda e a terceira décadas de vida, e possui uma leve predileção pelo sexo masculino. A localização mais frequente é nos ossos longos, como o fêmur, tibia, úmero mas também pode ocorrer em outros ossos da coluna vertebral, mãos e pés.
A etiologia do osteoma osteoide ainda não é completamente compreendida, embora se especule que fatores mecânicos ou alterações vasculares possam contribuir para seu desenvolvimento. A incidência é mais alta entre atletas e aqueles envolvidos em atividades físicas intensas, sugerindo que o trauma pode desempenhar um papel na formação do tumor.

Sinais e Sintomas:
O sintoma clássico do osteoma osteoide é a dor intensa, que piora à noite e é aliviada significativamente com o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ácido acetilsalicílico(AAS). A dor é frequentemente descrita como localizada e pode ser acompanhada de edema e sensibilidade na região afetada. Em casos onde o tumor está próximo de articulações, pode haver limitação de movimento e atrofia muscular devido à dor crônica.
Diagnóstico
A avaliação por um ortopedista oncológico é crucial para o diagnóstico preciso e o manejo adequado do osteoma osteoide. Esses especialistas possuem expertise no diagnóstico diferencial de lesões ósseas, o que é essencial para distinguir o osteoma osteoide de outras condições, como osteoblastoma, infecções ou até mesmo tumores malignos. Além disso, o ortopedista oncológico está familiarizado com as técnicas cirúrgicas e intervencionistas mais avançadas, garantindo o melhor desfecho para o paciente.
O diagnóstico do osteoma osteoide é baseado na história, exame físico e em exames de imagem. Radiografias simples podem mostrar uma área de esclerose óssea ao redor de um nidus (pequena área radiolúcida central). A tomografia computadorizada (TC) é o exame de escolha para confirmar o diagnóstico, pois permite visualizar o nidus com maior precisão. A ressonância magnética (RM) também pode ser utilizada, especialmente para avaliar a extensão do edema ósseo e dos tecidos moles adjacentes e diagnósticos diferenciais. Em alguns casos, a cintilografia óssea pode ser útil para localizar lesões ocultas.
Tratamentos
O tratamento do osteoma osteoide pode ser conservador ou cirúrgico.
O manejo conservador inclui o uso de AINEs para controle da dor, especialmente em pacientes que respondem bem a essa medicação. Porém, não costuma acontecer regressão/cicatrização da lesão, sendo a opção curativo atraves de meio invasivos cirurgicos:
1. Curetagem(Cirurgia aberta): Quando a dor se torna incapacitante ou persistente, a remoção cirúrgica do tumor pode ser necessária. A curetagem, técnica padrão utilizada, consiste na remoção do tumor e limpeza da área afetada, opções com altas taxas de sucesso e recuperação.
2. Radioablação guiada por TC(Tomografia Computadorizada): Nos últimos anos, a radioablação por micro-ondas ou radiofrequência emergiu como uma técnica minimamente invasiva para tratar o osteoma osteoide. Essa abordagem utiliza calor para destruir o tecido tumoral, proporcionando alívio rápido da dor e preservando o osso circunjacente. É uma alternativa viável para pacientes que preferem evitar cirurgia ou que apresentam contraindicações para procedimentos cirúrgicos mais invasivos. Porém nesta modalidade não costuma ser possível enviar tecido viável para análise microscópica(Anatomo-Patológico) e normalmente apresenta um aumento de custo devido ao uso da Tomografia e do material específico para a radioablação.
Conclusão
O osteoma osteoide, apesar de benigno, pode causar dor significativa e impactar a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para aliviar os sintomas e prevenir complicações. A avaliação por um ortopedista oncológico é fundamental para garantir um manejo eficaz e personalizado, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar no cuidado desses pacientes.